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Câncer de Bexiga: Identifique os Sintomas e Conheça as Opções de Tratamento

cancer de bexiga

Introdução

O câncer de bexiga é uma neoplasia que se origina nas células que revestem a bexiga, órgão responsável pelo armazenamento da urina antes de sua excreção. Embora seja menos conhecido do que outros tipos de câncer, como o de pulmão ou de mama, o câncer de bexiga representa uma condição de grande relevância no campo da urologia. Ele ocupa o quarto lugar em incidência entre os homens e o oitavo entre as mulheres, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

A importância de discutir o câncer de bexiga reside tanto na sua prevalência quanto nas possibilidades de tratamento e prognóstico. O diagnóstico precoce desempenha um papel crucial na eficácia do tratamento e na sobrevivência dos pacientes. Por essa razão, a conscientização sobre os sintomas e a promoção de exames regulares são fundamentais.

O que é o Câncer de Bexiga?

O câncer de bexiga se desenvolve quando células anormais na bexiga começam a crescer de maneira descontrolada, formando um tumor. A maioria dos cânceres de bexiga se origina nas células uroteliais, que revestem o interior da bexiga. Esse tipo específico de câncer é chamado de carcinoma urotelial, e é responsável por aproximadamente 90% dos casos.

No entanto, existem outros tipos menos comuns, como o carcinoma de células escamosas e o adenocarcinoma, que também podem se desenvolver na bexiga. Estes tipos geralmente estão associados a irritações ou inflamações crônicas, como infecções repetitivas ou a presença de cálculos vesicais.

A Relevância do Câncer de Bexiga

O câncer de bexiga é uma doença particularmente preocupante devido à sua alta taxa de recorrência. Mesmo após o tratamento, os pacientes frequentemente precisam ser monitorados regularmente para prevenir o retorno do tumor. Além disso, o câncer de bexiga tem o potencial de se disseminar para outras partes do corpo, como os linfonodos e os ossos, complicando o tratamento e piorando o prognóstico.

Segundo estimativas recentes, o câncer de bexiga é responsável por milhares de mortes todos os anos em todo o mundo. No Brasil, são registrados cerca de 10.000 novos casos por ano, com uma taxa de mortalidade significativa. Esses números reforçam a necessidade de um diagnóstico precoce e de uma abordagem terapêutica adequada.

A Importância do Diagnóstico Precoce

O diagnóstico precoce é um dos fatores mais importantes para melhorar as chances de cura do câncer de bexiga. Quando detectado em estágios iniciais, o câncer de bexiga é altamente tratável, com taxas de sobrevivência elevadas. Contudo, em estágios mais avançados, o tratamento se torna mais complexo e as chances de sucesso diminuem significativamente.

A maioria dos casos de câncer de bexiga é diagnosticada em estágios iniciais, quando o tumor ainda está localizado na bexiga e não se espalhou para outras partes do corpo. Nesse estágio, o tratamento pode envolver a remoção do tumor através de uma ressecção transuretral (RTU) ou outras intervenções menos invasivas. Por outro lado, nos casos em que o câncer já se espalhou, tratamentos mais agressivos, como a cistectomia (remoção completa da bexiga) ou quimioterapia sistêmica, podem ser necessários.

O que é o Câncer de Bexiga?

O câncer de bexiga é uma neoplasia maligna que se origina nas células que revestem o interior da bexiga, conhecida como urotélio. Este tipo de câncer é caracterizado pelo crescimento descontrolado de células anormais, que podem invadir outras camadas da bexiga e, em estágios mais avançados, se espalhar para outras partes do corpo. O entendimento dos diferentes tipos de câncer de bexiga e suas características é essencial para o diagnóstico correto e a escolha do tratamento mais adequado.

Tipos de Câncer de Bexiga

O câncer de bexiga pode ser classificado em diferentes tipos, dependendo das células onde o câncer se origina. Cada tipo possui características próprias e requer abordagens específicas de tratamento. Abaixo, discutimos os principais tipos de câncer de bexiga.

  • Carcinoma Urotelial (ou Carcinoma de Células Transicionais)

O carcinoma urotelial, também conhecido como carcinoma de células transicionais, é o tipo mais comum de câncer de bexiga, responsável por aproximadamente 90% dos casos. Ele se origina nas células uroteliais, que revestem o interior da bexiga e outras partes do trato urinário, como os ureteres e a pelve renal.

Essas células são únicas porque têm a capacidade de se expandir e contrair conforme a bexiga enche e esvazia. O carcinoma urotelial pode ser encontrado em dois padrões principais:

  1. Carcinoma Urotelial Papilífero: Caracterizado por projeções semelhantes a dedos que crescem em direção ao centro da bexiga. Esses tumores são geralmente não invasivos, mas podem se tornar invasivos se não tratados.
  2. Carcinoma Urotelial Plano: Este tipo cresce diretamente na camada superficial da bexiga, sem formar projeções. Tumores uroteliais planos têm maior probabilidade de serem invasivos desde o início.

O carcinoma urotelial pode ser superficial (limitado às camadas mais internas da bexiga) ou invasivo (quando penetra nas camadas musculares da bexiga e além). O tratamento varia de acordo com a extensão e a agressividade do tumor, podendo incluir desde ressecções locais até a remoção completa da bexiga.

  • Carcinoma de Células Escamosas

O carcinoma de células escamosas representa cerca de 3% a 5% dos casos de câncer de bexiga. Este tipo de câncer se desenvolve a partir de células escamosas, que são células finas e planas que podem se formar na bexiga após períodos prolongados de irritação ou inflamação crônica. Condições como infecções urinárias repetidas, cistite intersticial ou a presença de cálculos vesicais podem predispor ao desenvolvimento desse tipo de carcinoma.

O carcinoma de células escamosas é geralmente mais agressivo do que o carcinoma urotelial e tende a ser diagnosticado em estágios mais avançados, o que pode complicar o tratamento. Por ser mais invasivo, o tratamento frequentemente requer uma abordagem mais agressiva, como a cistectomia radical.

  • Adenocarcinoma

O adenocarcinoma da bexiga é uma forma rara de câncer, representando cerca de 1% dos casos. Este tipo de câncer se origina nas células glandulares, que são responsáveis pela produção de muco na bexiga. O adenocarcinoma pode estar associado a condições que causam inflamação crônica da bexiga, como a cistite glandular e a exstrofia vesical (uma malformação congênita).

Devido à sua raridade, o adenocarcinoma da bexiga é frequentemente diagnosticado em estágios avançados, quando já se espalhou para outras áreas do corpo. O tratamento geralmente envolve a remoção cirúrgica da bexiga, seguida de quimioterapia ou radioterapia, dependendo da extensão da doença.

  • Outros Tipos Raros

Além dos tipos mencionados, existem outras formas muito raras de câncer de bexiga, como o carcinoma pequeno de células e o sarcoma, que são extremamente agressivos e requerem tratamentos especializados. Devido à sua raridade, o manejo desses tipos de câncer geralmente é feito em centros especializados.

Estatísticas do Câncer de Bexiga

Compreender as estatísticas associadas ao câncer de bexiga pode ajudar a contextualizar a relevância desse problema de saúde pública e a necessidade de estratégias eficazes de prevenção, diagnóstico e tratamento.

  • Incidência Global

O câncer de bexiga é o décimo tipo de câncer mais comum no mundo, com cerca de 550.000 novos casos diagnosticados a cada ano. A incidência varia amplamente entre diferentes regiões e populações, sendo mais prevalente na América do Norte e na Europa Ocidental. Nos Estados Unidos, por exemplo, o câncer de bexiga é o quarto câncer mais comum entre os homens, enquanto na Europa, especialmente em países como a Itália e a Espanha, as taxas também são elevadas.

A incidência do câncer de bexiga é significativamente maior em homens do que em mulheres, com uma proporção de aproximadamente 3:1. Essa diferença pode ser atribuída, em parte, ao maior índice de tabagismo entre os homens e à exposição ocupacional a substâncias químicas. No entanto, quando diagnosticado em mulheres, o câncer de bexiga tende a ser mais avançado, o que pode resultar em um prognóstico pior.

  • Incidência no Brasil

No Brasil, o câncer de bexiga é responsável por cerca de 10.000 novos casos por ano, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA). A incidência é maior nas regiões Sul e Sudeste, onde a industrialização e o tabagismo são mais prevalentes. Assim como em outros países, o câncer de bexiga no Brasil é mais comum em homens, mas as mulheres diagnosticadas tendem a apresentar a doença em estágios mais avançados.

Mortalidade e Sobrevivência

Embora o câncer de bexiga tenha uma alta taxa de recorrência, suas taxas de mortalidade variam conforme o estágio em que a doença é diagnosticada. Em estágios iniciais, a taxa de sobrevivência a cinco anos pode ser superior a 80%. No entanto, essa taxa diminui drasticamente em casos de câncer invasivo ou metastático, quando o tratamento se torna mais desafiador.

No Brasil, a mortalidade por câncer de bexiga é significativa, com uma taxa de cerca de 3.000 óbitos por ano. A maioria dessas mortes ocorre em pacientes diagnosticados em estágios avançados, o que reforça a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento rigoroso.

  • Fatores Contribuintes para a Incidência e Mortalidade

A alta incidência de câncer de bexiga está fortemente ligada a fatores de risco bem estabelecidos, como o tabagismo, que é responsável por cerca de 50% dos casos. A exposição a substâncias químicas em ambientes de trabalho, como aminas aromáticas, também desempenha um papel crucial, particularmente em indústrias químicas, de tintas e de borracha.

A prevenção do câncer de bexiga pode ser significativamente aprimorada através da redução desses fatores de risco, como a cessação do tabagismo e a implementação de medidas de segurança no trabalho para minimizar a exposição a substâncias cancerígenas.

Fatores de Risco

O câncer de bexiga, como muitas outras formas de câncer, está associado a uma série de fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de desenvolvimento da doença. Embora o câncer de bexiga possa afetar qualquer pessoa, independentemente do histórico familiar ou estilo de vida, a presença de certos fatores de risco pode elevar consideravelmente as chances de seu surgimento. A compreensão desses fatores é essencial tanto para a prevenção quanto para a detecção precoce da doença.

Tabagismo: O Principal Fator de Risco

O tabagismo é, de longe, o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de bexiga, sendo responsável por cerca de 50% dos casos diagnosticados. As substâncias químicas presentes no cigarro, como as aminas aromáticas e outros carcinógenos, são absorvidas pelo corpo, metabolizadas pelo fígado e, eventualmente, excretadas pela urina. À medida que essas substâncias passam pela bexiga, podem causar danos às células uroteliais, que revestem o interior do órgão, aumentando o risco de mutações que levam ao câncer.

  • Como o Tabagismo Afeta a Bexiga

Os fumantes têm uma probabilidade três vezes maior de desenvolver câncer de bexiga em comparação aos não fumantes. Isso se deve ao fato de que os carcinógenos presentes no cigarro permanecem na urina por um período prolongado, em contato direto com o revestimento da bexiga. O resultado é uma inflamação crônica e danos celulares que podem evoluir para tumores malignos.

Além disso, a intensidade e a duração do hábito de fumar estão diretamente correlacionadas com o risco de desenvolver câncer de bexiga. Fumantes de longa data e aqueles que consomem mais cigarros por dia estão em maior risco. É importante notar que o risco permanece elevado mesmo após parar de fumar, embora comece a diminuir gradualmente com o tempo.

  • Cessação do Tabagismo e Redução do Risco

Parar de fumar é a medida mais eficaz para reduzir o risco de câncer de bexiga. Estudos mostram que, após cessar o tabagismo, o risco de desenvolver câncer de bexiga começa a diminuir, embora nunca retorne ao nível de alguém que nunca fumou. Este dado reforça a importância de programas de cessação do tabagismo como uma estratégia preventiva crucial na luta contra o câncer de bexiga.

Exposição a Produtos Químicos

Outro fator de risco significativo para o câncer de bexiga é a exposição ocupacional a determinadas substâncias químicas, particularmente as aminas aromáticas, que são amplamente utilizadas em várias indústrias, incluindo a de tintas, borracha, couro, e produtos químicos.

  • Aminas Aromáticas e Indústrias de Risco

As aminas aromáticas, encontradas em corantes e outros produtos químicos industriais, são potentes carcinógenos que podem ser absorvidos pelo corpo, metabolizados e excretados na urina. Trabalhadores que passam muito tempo expostos a essas substâncias, como aqueles em fábricas de tintas, borrachas, couros e em algumas indústrias químicas, têm um risco significativamente maior de desenvolver câncer de bexiga.

Além das aminas aromáticas, outros compostos químicos, como o arsênico, também estão associados a um maior risco de câncer de bexiga. A exposição ao arsênico pode ocorrer através da água contaminada, um problema em algumas regiões do mundo, incluindo áreas rurais de países em desenvolvimento.

  • Prevenção através de Medidas de Segurança no Trabalho

A implementação de medidas de segurança rigorosas no local de trabalho é essencial para reduzir o risco de câncer de bexiga associado à exposição ocupacional. O uso de equipamentos de proteção individual (EPI), ventilação adequada e procedimentos para a manipulação segura de substâncias químicas são fundamentais. Além disso, empregadores devem promover exames regulares de saúde ocupacional para monitorar a exposição a essas substâncias e seus possíveis efeitos sobre os trabalhadores.

Histórico Familiar e Genética

Embora a maioria dos casos de câncer de bexiga esteja associada a fatores ambientais, o histórico familiar e a genética também desempenham um papel importante. Indivíduos com um histórico familiar de câncer de bexiga têm um risco aumentado de desenvolver a doença, sugerindo que fatores genéticos podem contribuir para a suscetibilidade ao câncer.

  • Predisposição Genética

Estudos mostram que mutações em determinados genes, como os que regulam a reparação do DNA e o metabolismo de substâncias carcinogênicas, podem aumentar a susceptibilidade ao câncer de bexiga. A presença de mutações herdadas nesses genes pode comprometer a capacidade das células de reparar danos no DNA causados por carcinógenos, levando a um risco maior de desenvolvimento de tumores.

Além disso, a história familiar de câncer, em geral, pode ser um indicativo de predisposição genética para várias formas de câncer, incluindo o de bexiga. No entanto, é importante destacar que a presença de histórico familiar não garante que uma pessoa desenvolverá câncer de bexiga, mas sim que ela está em um grupo de risco elevado.

  • Monitoramento e Exames Regulares

Para indivíduos com histórico familiar de câncer de bexiga, é aconselhável adotar uma vigilância mais rigorosa, incluindo a realização de exames regulares, como a citologia urinária e a cistoscopia. A detecção precoce é especialmente importante nesse grupo de risco, pois pode melhorar significativamente o prognóstico e as chances de sucesso no tratamento.

Infecções Crônicas e Irritação

Condições que causam inflamação crônica ou irritação da bexiga também são reconhecidas como fatores de risco para o câncer de bexiga. Essas condições incluem infecções urinárias crônicas, cistite intersticial e a presença de cálculos vesicais.

  • Cistite Intersticial e Outros Distúrbios Inflamatórios

A cistite intersticial, uma condição crônica que causa dor e desconforto na bexiga, está associada a um risco aumentado de câncer de bexiga. Embora a relação exata entre cistite intersticial e câncer de bexiga ainda esteja sendo estudada, acredita-se que a inflamação crônica pode promover alterações celulares que levam ao desenvolvimento de tumores.

Outras formas de inflamação crônica da bexiga, como aquelas causadas por infecções bacterianas persistentes ou pela presença de cálculos, também podem aumentar o risco de câncer. A inflamação contínua pode resultar em danos ao DNA das células uroteliais, aumentando a probabilidade de mutações que resultam em câncer.

  • Tratamento e Prevenção de Infecções Crônicas

O tratamento adequado e oportuno de infecções urinárias crônicas e outras condições inflamatórias da bexiga é essencial para reduzir o risco de câncer de bexiga. Isso pode incluir o uso de antibióticos para infecções bacterianas, medicamentos anti-inflamatórios para condições como a cistite intersticial, e, em alguns casos, procedimentos cirúrgicos para remover cálculos vesicais.

Sintomas do Câncer de Bexiga

Os sintomas do câncer de bexiga podem variar em intensidade e apresentação, dependendo do estágio da doença e da localização do tumor. Em muitos casos, os sintomas iniciais são sutis e podem ser confundidos com outras condições urinárias menos graves, o que pode atrasar o diagnóstico. No entanto, reconhecer esses sinais é crucial para o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz.

Hematúria: Sangue na Urina

O sintoma mais comum e frequentemente o primeiro sinal de câncer de bexiga é a hematúria, que é a presença de sangue na urina. A hematúria pode ser visível a olho nu (macroscópica) ou detectada apenas através de exames de urina (microscópica).

  • Hematúria Macroscópica

A hematúria macroscópica é a presença visível de sangue na urina, que pode se manifestar como urina de cor rosada, avermelhada ou marrom-escura, dependendo da quantidade de sangue presente. Em muitos casos, a hematúria ocorre sem dor, o que pode levar os pacientes a ignorá-la, acreditando que se trata de uma condição passageira.

A hematúria pode ser intermitente, aparecendo e desaparecendo ao longo do tempo, o que também contribui para a confusão e atraso na busca por atendimento médico. Contudo, qualquer presença de sangue na urina deve ser investigada imediatamente, pois pode indicar não apenas câncer de bexiga, mas também outras condições graves, como infecções ou cálculos renais.

  • Hematúria Microscópica

A hematúria microscópica, por outro lado, não é visível a olho nu e só pode ser detectada através de um exame de urina. Essa forma de hematúria também é um sinal de alerta importante e muitas vezes é descoberta durante exames de rotina ou na investigação de outros sintomas urinários.

Embora a hematúria microscópica possa ter várias causas benignas, como infecções do trato urinário ou exercícios intensos, sua presença persistente justifica uma investigação mais aprofundada para excluir a possibilidade de câncer de bexiga.

Dor e Desconforto

Além da hematúria, dor e desconforto durante a micção são sintomas que podem estar associados ao câncer de bexiga, especialmente em estágios mais avançados. Esses sintomas podem se manifestar de várias formas, afetando a qualidade de vida do paciente.

  • Dor ao Urinar

A dor ao urinar, conhecida como disúria, é um sintoma que pode indicar a presença de câncer de bexiga. A disúria é frequentemente descrita como uma sensação de queimação ou ardência durante a micção e pode ser acompanhada por uma sensação de necessidade urgente de urinar, mesmo quando a bexiga não está cheia.

Em casos de câncer de bexiga, a disúria pode ser causada pela irritação ou invasão do tumor na parede da bexiga ou na uretra. Este sintoma pode ser confundido com infecções urinárias, que são comuns, especialmente em mulheres, e podem levar a um diagnóstico tardio.

  • Dor Pélvica

A dor pélvica é outro sintoma que pode surgir à medida que o câncer de bexiga avança. Essa dor pode ser constante ou intermitente e geralmente é sentida na parte inferior do abdômen ou na região pélvica. Em casos mais graves, onde o câncer se espalha para outros órgãos ou estruturas próximas, a dor pode se tornar mais intensa e difícil de controlar.

A dor pélvica no câncer de bexiga pode ser resultado da invasão do tumor em tecidos circundantes, nervos ou ossos. Quando a dor se torna persistente ou severa, é um sinal de que a doença pode estar em um estágio mais avançado, exigindo uma avaliação médica imediata.

Outros Sintomas

Além da hematúria e da dor, o câncer de bexiga pode causar uma série de outros sintomas urinários que podem afetar significativamente a qualidade de vida do paciente. Esses sintomas são muitas vezes confundidos com condições benignas, o que pode atrasar o diagnóstico e o tratamento.

  • Frequência Urinária Aumentada

A necessidade de urinar com mais frequência, conhecida como polaciúria, é um sintoma comum em pacientes com câncer de bexiga. Este aumento na frequência urinária pode ocorrer tanto durante o dia quanto à noite (noctúria) e pode ser acompanhado por uma sensação de urgência para urinar.

A polaciúria no câncer de bexiga pode ser causada pela irritação da parede da bexiga pelo tumor, o que reduz a capacidade da bexiga de armazenar urina. Este sintoma pode ser particularmente perturbador, pois interfere nas atividades diárias e no sono.

  • Urgência Urinária

A urgência urinária é a sensação súbita e intensa de necessidade de urinar, que pode ser difícil de controlar. Este sintoma pode levar à incontinência urinária se o paciente não conseguir chegar ao banheiro a tempo.

A urgência urinária pode ser um dos primeiros sintomas do câncer de bexiga, mas também é comum em outras condições, como infecções do trato urinário ou hiperplasia prostática benigna (em homens). No entanto, quando a urgência urinária ocorre em conjunto com outros sintomas, como hematúria, deve ser investigada para excluir a possibilidade de câncer de bexiga.

  • Infecções Urinárias Frequentes

Infecções urinárias recorrentes, especialmente quando associadas a hematúria, podem ser um sinal de câncer de bexiga. Em alguns casos, a presença de um tumor na bexiga pode predispor o paciente a infecções do trato urinário, devido à obstrução parcial do fluxo urinário ou à irritação constante da parede da bexiga.

Embora as infecções urinárias sejam comuns e geralmente tratáveis com antibióticos, sua recorrência frequente deve ser motivo de preocupação e investigação, especialmente em pacientes com fatores de risco para o câncer de bexiga, como tabagismo ou exposição a substâncias químicas.

  • Sintomas Sistêmicos em Estágios Avançados

Em estágios avançados, o câncer de bexiga pode causar sintomas sistêmicos, como perda de peso inexplicada, fadiga e falta de apetite. Esses sintomas geralmente indicam que o câncer se espalhou para outras partes do corpo (metástase), afetando o prognóstico e as opções de tratamento.

A presença de linfonodos aumentados ou dor óssea pode sugerir a disseminação do câncer para os linfonodos ou ossos, respectivamente. Esses sintomas requerem uma avaliação médica urgente e, muitas vezes, uma abordagem terapêutica mais agressiva.

Diagnóstico

O diagnóstico precoce do câncer de bexiga é crucial para aumentar as chances de um tratamento bem-sucedido e melhorar o prognóstico do paciente. Vários métodos diagnósticos são utilizados para identificar a presença de tumores na bexiga, determinar a extensão da doença e planejar o tratamento adequado. Estes incluem exames de urina, cistoscopia, exames de imagem e, por fim, a biópsia, que é essencial para confirmar o diagnóstico e determinar o estágio do câncer.

Exames de Urina

Os exames de urina são frequentemente o primeiro passo na investigação do câncer de bexiga, especialmente em pacientes que apresentam sintomas como hematúria ou dor ao urinar. A citologia urinária é um exame específico que busca detectar a presença de células cancerosas na urina.

  • Citologia Urinária

A citologia urinária é um exame simples e não invasivo que pode fornecer pistas importantes sobre a presença de câncer de bexiga. Neste exame, uma amostra de urina é coletada e analisada ao microscópio para identificar células anormais que possam indicar a presença de um tumor.

Embora a citologia urinária seja mais eficaz na detecção de tumores de alto grau e mais agressivos, ela tem uma sensibilidade menor para identificar tumores de baixo grau. Por isso, este exame é frequentemente utilizado em conjunto com outros métodos diagnósticos, como a cistoscopia, para fornecer uma imagem mais completa da situação.

Em casos onde a citologia urinária identifica células suspeitas, mas não conclui o diagnóstico, exames adicionais são necessários para confirmar a presença do câncer e avaliar sua extensão.

Cistoscopia

A cistoscopia é o procedimento padrão para o diagnóstico do câncer de bexiga e permite a visualização direta do interior da bexiga. Este exame é fundamental para detectar tumores, avaliar sua localização e tamanho, e realizar biópsias para confirmar o diagnóstico.

  • Procedimento de Cistoscopia

Durante a cistoscopia, um cistoscópio, que é um tubo fino e flexível equipado com uma câmera, é inserido na bexiga através da uretra. Isso permite ao médico examinar diretamente o revestimento da bexiga em busca de anomalias, como tumores, áreas de inflamação ou outras alterações suspeitas.

O procedimento pode ser realizado sob anestesia local, regional ou geral, dependendo da complexidade do caso e do conforto do paciente. Em casos onde são observadas lesões suspeitas, o médico pode realizar uma biópsia, removendo uma pequena amostra de tecido para análise patológica.

A cistoscopia também pode ser combinada com técnicas de imagem, como a cistoscopia com fluorescência (utilizando um corante especial que destaca as células cancerosas), para aumentar a precisão da detecção de tumores, especialmente aqueles em estágios iniciais ou em locais difíceis de visualizar.

  • Biópsia Durante a Cistoscopia

Quando uma lesão suspeita é identificada durante a cistoscopia, uma biópsia é frequentemente realizada. A biópsia envolve a remoção de uma pequena amostra de tecido da área afetada, que é então enviada para análise laboratorial.

O exame histopatológico da biópsia é essencial para confirmar o diagnóstico de câncer de bexiga, determinar o tipo de células envolvidas e avaliar o grau de agressividade do tumor. Além disso, a biópsia ajuda a determinar o estágio da doença, o que é fundamental para o planejamento do tratamento.

Exames de Imagem

Os exames de imagem desempenham um papel importante no diagnóstico do câncer de bexiga, fornecendo informações detalhadas sobre a extensão da doença e ajudando a guiar o tratamento. Os métodos de imagem mais comumente utilizados incluem a tomografia computadorizada (TC), a ressonância magnética (RM) e o ultrassom.

  • Tomografia Computadorizada (TC)

A tomografia computadorizada (TC) é frequentemente utilizada para avaliar a extensão do câncer de bexiga, especialmente para determinar se o tumor se espalhou para linfonodos ou outros órgãos. A TC utiliza raios-X para criar imagens detalhadas e em corte transversal do corpo, permitindo uma visualização clara da bexiga e das estruturas adjacentes.

A TC pode ser particularmente útil na detecção de tumores invasivos e na avaliação de possíveis metástases. Além disso, a TC pode ajudar a planejar a cirurgia ou outros tratamentos ao fornecer uma visão abrangente da anatomia do paciente.

  • Ressonância Magnética (RM)

A ressonância magnética (RM) é outra ferramenta de imagem valiosa no diagnóstico e estadiamento do câncer de bexiga. A RM utiliza campos magnéticos e ondas de rádio para criar imagens detalhadas dos tecidos moles, o que pode ser útil para avaliar a extensão do tumor, especialmente em áreas onde a TC pode ser menos eficaz.

A RM é particularmente útil na avaliação da invasão do tumor nas camadas musculares da bexiga e nas estruturas pélvicas circundantes. Em alguns casos, a RM pode ser preferida à TC, especialmente em pacientes que não podem ser expostos à radiação ou ao contraste utilizado na TC.

  • Ultrassom

O ultrassom é um método de imagem não invasivo que pode ser utilizado como uma primeira linha de investigação em pacientes com suspeita de câncer de bexiga. O ultrassom utiliza ondas sonoras para criar imagens da bexiga e pode identificar tumores maiores ou alterações na parede da bexiga.

Embora o ultrassom seja menos sensível do que a TC ou a RM para detectar tumores pequenos ou invasivos, ele é útil como uma ferramenta inicial de triagem e para o acompanhamento de pacientes em tratamento ou vigilância.

Biópsia: Confirmando o Diagnóstico

A biópsia é o método definitivo para confirmar o diagnóstico de câncer de bexiga. Após a coleta de uma amostra de tecido durante a cistoscopia ou outro procedimento, o tecido é examinado por um patologista, que analisa as células em busca de características cancerosas.

  • Exame Histopatológico

O exame histopatológico envolve a análise microscópica do tecido coletado para determinar a presença de células cancerosas, o tipo de câncer e o grau de diferenciação das células (grau de agressividade). Este exame fornece informações cruciais que orientam o tratamento, como a necessidade de cirurgia adicional, quimioterapia ou radioterapia.

O exame histopatológico também ajuda a determinar o estágio do câncer, o que é essencial para prever o prognóstico e planejar o tratamento. O estágio é determinado com base na profundidade da invasão do tumor na parede da bexiga, a presença de células cancerosas nos linfonodos próximos e a disseminação para outros órgãos.

  • Determinação do Estágio do Câncer

O estadiamento do câncer de bexiga é realizado utilizando o sistema TNM, que avalia o tamanho e a extensão do tumor primário (T), a presença de metástases nos linfonodos regionais (N) e a presença de metástases distantes (M). O estadiamento é crucial para determinar a abordagem terapêutica mais apropriada e para prever o prognóstico do paciente.

Por exemplo, um tumor limitado à camada superficial da bexiga (estágio Ta) pode ser tratado com ressecção transuretral (RTU) e instilações intravesicais, enquanto tumores invasivos (estágios T2-T4) podem exigir cistectomia radical ou quimioterapia.

Tratamento

O tratamento do câncer de bexiga varia de acordo com o estágio da doença, a localização do tumor, o tipo de células envolvidas e a saúde geral do paciente. As opções de tratamento incluem cirurgia, quimioterapia, imunoterapia e radioterapia. Em muitos casos, uma combinação dessas abordagens é utilizada para maximizar as chances de sucesso e minimizar a recorrência do câncer.

Cirurgia

A cirurgia é o tratamento mais comum para o câncer de bexiga e pode variar desde procedimentos minimamente invasivos até a remoção completa da bexiga. A escolha do tipo de cirurgia depende do estágio e da agressividade do tumor.

  • Ressecção Transuretral (RTU) de Tumor Vesical

A ressecção transuretral (RTU) de tumor vesical é o procedimento cirúrgico mais frequentemente utilizado para tratar o câncer de bexiga em estágios iniciais, especialmente quando o tumor está confinado à camada superficial da bexiga (estágio Ta ou T1). Durante a RTU, um cistoscópio equipado com um alça de ressecção é inserido pela uretra até a bexiga, permitindo ao cirurgião remover o tumor sem a necessidade de uma incisão externa.

  • Procedimento

O procedimento é geralmente realizado sob anestesia geral ou raquidiana. O tumor é ressecado em pequenos fragmentos que são removidos através do cistoscópio. Após a remoção do tumor, a área é cauterizada para minimizar o risco de sangramento e eliminar qualquer célula cancerosa residual.

A RTU tem a vantagem de ser um procedimento minimamente invasivo, com uma recuperação rápida. No entanto, a taxa de recorrência do câncer de bexiga após a RTU é relativamente alta, o que pode exigir monitoramento regular e tratamentos adicionais, como a instilação intravesical de BCG ou quimioterapia.

Quimioterapia

A quimioterapia é uma opção de tratamento utilizada em vários estágios do câncer de bexiga, especialmente em casos avançados ou metastáticos. A quimioterapia pode ser administrada antes da cirurgia (neoadjuvante), após a cirurgia (adjuvante) ou como tratamento principal em pacientes que não são candidatos à cirurgia.

  • Quimioterapia Neoadjuvante

A quimioterapia neoadjuvante é administrada antes da cirurgia para reduzir o tamanho do tumor e facilitar sua remoção completa. Estudos têm mostrado que a quimioterapia neoadjuvante pode melhorar as taxas de sobrevivência em pacientes com câncer de bexiga invasivo, aumentando a probabilidade de uma cirurgia bem-sucedida e reduzindo o risco de recorrência.

  • Quimioterapia Adjuvante

A quimioterapia adjuvante é utilizada após a cirurgia para eliminar quaisquer células cancerosas remanescentes e reduzir o risco de metástases. Este tratamento é particularmente útil em casos onde o tumor apresenta características agressivas ou quando os linfonodos removidos durante a cirurgia mostram sinais de invasão cancerosa.

  • Quimioterapia Sistêmica

Em casos de câncer de bexiga metastático, onde o câncer se espalhou para outras partes do corpo, a quimioterapia sistêmica pode ser o principal tratamento. Este tipo de quimioterapia envolve a administração de medicamentos anticâncer por via intravenosa ou oral, que circulam por todo o corpo, atacando as células cancerosas onde quer que estejam.

Os medicamentos mais comumente usados incluem o cisplatina, gemcitabina, e a combinação de metotrexato, vinblastina, doxorrubicina e cisplatina (MVAC). A quimioterapia sistêmica pode ajudar a prolongar a vida do paciente e melhorar a qualidade de vida, embora possa ter efeitos colaterais significativos, como fadiga, náusea, perda de cabelo e risco aumentado de infecções.

Imunoterapia

A imunoterapia, particularmente o uso de BCG intravesical, é uma abordagem eficaz para o tratamento de tumores superficiais da bexiga e é amplamente utilizada após a RTU para reduzir o risco de recorrência.

  • BCG Intravesical

O Bacillus Calmette-Guérin (BCG) é uma forma atenuada de bactéria utilizada como vacina contra a tuberculose, mas que também tem uma poderosa ação imunológica contra células cancerosas na bexiga. O BCG é administrado diretamente na bexiga através de um cateter (terapia intravesical) e desencadeia uma resposta imune local que ataca e destrói as células cancerosas.

O tratamento com BCG é geralmente realizado uma vez por semana durante seis semanas, seguido de instilações de manutenção em intervalos regulares. Esta terapia é eficaz na redução das taxas de recorrência e progressão do câncer de bexiga não invasivo.

  • Efeitos Colaterais da Imunoterapia

Embora o BCG seja eficaz, ele pode causar efeitos colaterais, incluindo sintomas semelhantes aos de uma infecção urinária, como dor ao urinar, urgência urinária, febre baixa e, em casos raros, sintomas sistêmicos mais graves. No entanto, esses efeitos colaterais são geralmente manejáveis e temporários.

Radioterapia

A radioterapia é uma opção de tratamento menos comum para o câncer de bexiga, mas pode ser utilizada em certos casos, especialmente quando a cirurgia não é uma opção ou como tratamento paliativo para aliviar sintomas em estágios avançados.

  • Radioterapia Curativa

A radioterapia pode ser utilizada como uma alternativa à cirurgia em pacientes que não são candidatos à cistectomia, seja por motivos de saúde ou por preferência pessoal. Nesse contexto, a radioterapia é frequentemente combinada com quimioterapia (quimiorradioterapia) para aumentar a eficácia do tratamento.

  • Radioterapia Paliativa

Em casos avançados de câncer de bexiga, onde o tumor causou dor ou outros sintomas incapacitantes, a radioterapia paliativa pode ser utilizada para reduzir o tamanho do tumor e aliviar esses sintomas. Embora não cure o câncer, a radioterapia paliativa pode melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente.

  • Efeitos Colaterais da Radioterapia

Os efeitos colaterais da radioterapia podem incluir irritação da bexiga, cistite, diarreia, fadiga e, em casos raros, lesões em tecidos próximos. Esses efeitos são geralmente temporários e desaparecem após o término do tratamento, mas alguns pacientes podem experimentar efeitos colaterais prolongados ou tardios.

Prognóstico e Seguimento

O prognóstico do câncer de bexiga depende de uma variedade de fatores, incluindo o estágio do tumor no momento do diagnóstico, o tipo de células envolvidas e a resposta ao tratamento. Devido à alta taxa de recorrência associada ao câncer de bexiga, o seguimento regular é uma parte crucial do cuidado contínuo, e novos avanços terapêuticos estão sendo desenvolvidos para melhorar os resultados dos pacientes.

Taxas de Recorrência

Uma das características mais desafiadoras do câncer de bexiga é sua alta taxa de recorrência. Mesmo após um tratamento bem-sucedido, como a ressecção transuretral (RTU) ou a imunoterapia com BCG, existe um risco significativo de que o tumor reapareça. As taxas de recorrência variam, mas estudos indicam que entre 50% e 70% dos pacientes com câncer de bexiga superficial (não invasivo) experimentarão uma recorrência dentro de cinco anos após o tratamento inicial.

  • Fatores Contribuintes para a Recorrência

A recorrência do câncer de bexiga pode ser atribuída a vários fatores. Tumores de baixo grau tendem a ter uma taxa de recorrência mais alta, embora sejam menos propensos a progredir para estágios mais invasivos. Tumores de alto grau, por outro lado, são mais agressivos e têm maior probabilidade de invadir camadas mais profundas da bexiga ou se espalhar para outras partes do corpo, resultando em um prognóstico pior.

Além disso, o manejo inadequado dos fatores de risco, como o tabagismo, pode contribuir para a recorrência. Pacientes que continuam a fumar após o tratamento têm uma probabilidade significativamente maior de desenvolver novos tumores na bexiga.

  • Monitoramento e Vigilância

Devido à alta taxa de recorrência, o monitoramento regular é essencial para detectar novos tumores em seus estágios iniciais, quando ainda são tratáveis. A vigilância envolve exames periódicos, como a cistoscopia, que permite a visualização direta da bexiga e a detecção de alterações suspeitas. Em alguns casos, exames de urina adicionais, como a citologia urinária, também são utilizados para monitorar sinais de recorrência.

Importância do Seguimento

O seguimento rigoroso após o tratamento do câncer de bexiga é crucial para garantir que qualquer recorrência seja detectada e tratada o mais cedo possível. O protocolo de seguimento geralmente envolve cistoscopias regulares, além de exames de imagem e testes laboratoriais conforme necessário.

  • Cistoscopia Regular

A cistoscopia é o método padrão para o seguimento do câncer de bexiga, devido à sua capacidade de detectar tumores recidivantes e novas lesões. A frequência da cistoscopia depende do risco individual de recorrência do paciente. Em geral, pacientes com câncer de bexiga superficial podem ser submetidos a cistoscopias a cada três a seis meses durante os primeiros dois anos após o tratamento, com a frequência diminuindo gradualmente se não houver recorrência.

Para pacientes com câncer de bexiga invasivo, o seguimento pode incluir cistoscopias mais frequentes, além de exames de imagem, como tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM), para monitorar a disseminação do câncer para outros órgãos.

  • Papel da Citologia Urinária

A citologia urinária, que analisa a urina em busca de células cancerosas, pode complementar a cistoscopia no seguimento do câncer de bexiga. Embora menos sensível para detectar tumores de baixo grau, a citologia urinária é útil na detecção de tumores de alto grau, que têm maior risco de progressão.

O seguimento também pode incluir o uso de marcadores tumorais urinários, que são substâncias liberadas por células cancerosas e detectáveis na urina. Esses marcadores estão sendo estudados como ferramentas adicionais para o monitoramento da recorrência, embora ainda não sejam amplamente utilizados na prática clínica.

Prevenção

A prevenção do câncer de bexiga é uma abordagem crucial para reduzir a incidência da doença, especialmente entre indivíduos com fatores de risco conhecidos. Embora nem todos os casos de câncer de bexiga possam ser evitados, adotar medidas preventivas pode significativamente diminuir as chances de desenvolver a doença. As principais estratégias preventivas incluem a cessação do tabagismo e a realização de exames regulares em indivíduos de alto risco, como trabalhadores expostos a substâncias químicas.

Cessação do Tabagismo

O tabagismo é o principal fator de risco modificável para o câncer de bexiga. Estima-se que o fumo seja responsável por cerca de 50% dos casos de câncer de bexiga em homens e até 30% em mulheres. Portanto, parar de fumar é a medida preventiva mais eficaz para reduzir o risco de desenvolver a doença.

A cessação do tabagismo traz benefícios imediatos e a longo prazo. Dentro de poucos anos após parar de fumar, o risco de desenvolver câncer de bexiga começa a diminuir, e, após 10 a 15 anos, o risco pode se aproximar daquele de uma pessoa que nunca fumou. Além disso, parar de fumar também reduz o risco de outras doenças graves, como câncer de pulmão, doenças cardiovasculares e doenças respiratórias.

Programas de cessação do tabagismo, que podem incluir aconselhamento, terapia de reposição de nicotina (como adesivos ou gomas de mascar) e medicamentos, são altamente eficazes e devem ser promovidos como parte de uma estratégia abrangente de prevenção do câncer. Os profissionais de saúde desempenham um papel crucial no incentivo e apoio aos pacientes que desejam parar de fumar.

Exames Regulares

A realização de exames regulares é uma medida preventiva importante, especialmente para indivíduos de alto risco, como aqueles com histórico de exposição a substâncias químicas industriais, trabalhadores de indústrias de tintas, borracha e produtos químicos, além de pessoas com histórico familiar de câncer de bexiga.

  • Exposição Ocupacional a Substâncias Químicas

A exposição ocupacional a substâncias químicas, como aminas aromáticas e arsênico, aumenta significativamente o risco de câncer de bexiga. Trabalhadores em determinadas indústrias, incluindo a de tintas, borracha, couro e produtos químicos, estão especialmente em risco devido ao contato frequente com esses agentes carcinogênicos.

Para esses trabalhadores, a implementação de medidas de segurança no trabalho é essencial para reduzir a exposição a substâncias perigosas. Isso inclui o uso de equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas e máscaras, a ventilação adequada dos ambientes de trabalho e a adoção de boas práticas de higiene, como lavar as mãos regularmente e evitar comer ou beber em áreas de trabalho contaminadas.

  • Exames de Vigilância

Para indivíduos com alto risco de câncer de bexiga, a realização de exames regulares é uma estratégia preventiva importante. Isso pode incluir exames de urina, como a citologia urinária, que pode detectar células anormais ou cancerosas na urina. Embora a citologia urinária seja mais eficaz para detectar tumores de alto grau, ela pode ser útil como parte de um regime de vigilância para indivíduos em risco.

Além disso, a cistoscopia periódica pode ser recomendada para monitorar a saúde da bexiga em indivíduos com fatores de risco significativos. A cistoscopia permite a visualização direta do interior da bexiga e pode detectar alterações precoces, como lesões pré-cancerosas ou tumores pequenos, antes que eles causem sintomas.

Estilo de Vida Saudável

Além de parar de fumar e realizar exames regulares, adotar um estilo de vida saudável pode contribuir para a prevenção do câncer de bexiga. Embora não haja uma maneira garantida de prevenir todos os casos de câncer, algumas mudanças no estilo de vida podem ajudar a reduzir o risco.

  • Dieta e Hidratação

Uma dieta rica em frutas, vegetais e fibras pode ajudar a proteger contra o câncer de bexiga e outras doenças. Alimentos ricos em antioxidantes, como frutas cítricas, brócolis e chá verde, têm propriedades que podem ajudar a neutralizar os danos celulares causados pelos radicais livres.

Manter-se bem hidratado também é importante para a saúde da bexiga. Beber bastante água ajuda a diluir substâncias potencialmente cancerígenas na urina e promove a eliminação regular dessas substâncias do corpo. A hidratação adequada é uma maneira simples e eficaz de reduzir a exposição da bexiga a carcinógenos.

  • Atividade Física Regular

A atividade física regular é benéfica para a saúde geral e pode ajudar a reduzir o risco de câncer. O exercício ajuda a manter um peso corporal saudável, melhora a função imunológica e pode contribuir para a prevenção de várias formas de câncer, incluindo o câncer de bexiga.

Conclusão

O câncer de bexiga é uma condição séria e potencialmente fatal, mas que pode ser gerenciada de maneira eficaz quando diagnosticada e tratada precocemente. A conscientização sobre os fatores de risco, sintomas e a importância do diagnóstico precoce é fundamental para melhorar os resultados e salvar vidas. Nesta conclusão, recapitularremos os principais pontos discutidos ao longo deste artigo e faremos uma chamada para ação, incentivando a busca por cuidados preventivos e especializados.

Resumo

Ao longo deste artigo, exploramos diversos aspectos do câncer de bexiga, desde os fatores de risco até as opções de tratamento e as estratégias de prevenção. Compreender o impacto do tabagismo, da exposição ocupacional a substâncias químicas e do histórico familiar é essencial para a prevenção e detecção precoce da doença.

A hematúria, identificada como o sintoma mais comum, deve ser sempre investigada prontamente. A presença de sangue na urina, seja visível a olho nu ou detectada apenas por exames laboratoriais, é um sinal de alerta que não deve ser ignorado. Outros sintomas, como dor ao urinar, dor pélvica e mudanças nos hábitos urinários, também podem indicar a presença de câncer de bexiga e devem ser avaliados por um médico.

O diagnóstico precoce é a chave para aumentar as chances de sucesso no tratamento. Exames de urina, cistoscopia e exames de imagem desempenham um papel vital na detecção da doença em seus estágios iniciais. A biópsia, por sua vez, é crucial para confirmar o diagnóstico e determinar o estágio do câncer, o que orienta o planejamento do tratamento.

As opções de tratamento variam de acordo com o estágio e a agressividade do tumor. A cirurgia, incluindo a ressecção transuretral (RTU) e a cistectomia, é a abordagem mais comum. Em casos avançados, a quimioterapia e a imunoterapia, como o BCG intravesical, são essenciais para controlar a doença. A radioterapia também pode ser uma opção, especialmente em casos onde a cirurgia não é viável.

A recorrência do câncer de bexiga é um desafio significativo, e o seguimento regular é crucial para a detecção precoce de novas lesões. A cistoscopia regular e outros exames de vigilância são fundamentais para monitorar a saúde da bexiga e garantir que quaisquer recidivas sejam tratadas rapidamente.

Por fim, a prevenção desempenha um papel crucial na redução do risco de desenvolver câncer de bexiga. A cessação do tabagismo é a medida preventiva mais eficaz, e a realização de exames regulares para indivíduos de alto risco pode salvar vidas. Adotar um estilo de vida saudável, com uma dieta equilibrada, hidratação adequada e a redução da exposição a substâncias químicas, também contribui para a prevenção da doença.

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Dr. Petronio Melo

CRM-SP 157.598 – RQE 70.725

  • Doutorado pela Faculdade de Medicina Universidade de São Paulo (USP)
  • Certificação em Cirurgia Robótica pela Intuitive Surgical
  • Membro da American Urological Association (AUA)
  • Membro da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)

DÚVIDAS?

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O câncer de bexiga é uma condição séria que exige atenção e cuidados especializados. Ao longo deste artigo, discutimos a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e das várias opções de tratamento disponíveis para essa doença. Se você tem dúvidas sobre o câncer de bexiga, está preocupado com sintomas ou faz parte de um grupo de risco, não espere para agir. A saúde da sua bexiga é vital, e um diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença no sucesso do tratamento.

Se você deseja obter mais informações sobre o câncer de bexiga, esclarecer dúvidas específicas ou agendar uma consulta, estou à disposição para ajudá-lo. No meu consultório, localizado na Vila Mariana, em São Paulo, oferecemos atendimento personalizado, com foco em diagnósticos precisos e tratamentos avançados. Estamos prontos para proporcionar o melhor cuidado possível para você e sua família.

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Aconselhamento Especializado: Além do diagnóstico e tratamento, oferecemos aconselhamento sobre as melhores práticas de prevenção, como a cessação do tabagismo e a adoção de um estilo de vida saudável.

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